Aproveitando a oportunidade da data comemorativa do Dia do Índio, decidimos introduzir, na escola o projeto Grafismos Indígenas. A idéia central foi abordar a cultura indígena através da sua arte expressa nos grafismos e demonstrar para aos estudantes, como podemos representar graficamente as padronagens, à maneira dos índios, através do exercício de repetição de traços únicos e simples, feitos iguais, por todos da turma.
O tema se justifica no fato de o estudo das culturas indígenas ser objetivo proposto nos PCN’S e, portanto, de interesse no projeto; diz o texto: “Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais”.
Os objetivos foram: levar os estudantes conhecer e refletir sobre a arte gráfica indígena (escrita por imagens) e sua função na identificação destes povos, sabido que, aqueles que vivem aqui no Brasil não possuem escrita própria; vivenciar através de atividades artístico-plásticas um pouco dessa cultura gráfica; conhecer um pedaço da história do modo de vida dos índios brasileiros, antes da chegada dos portugueses – ouvindo, cantando e interpretando o texto da música citada; apreciar músicas cantadas por indígenas e comparar com nossa música, a cantada pelos os artistas citados acima; refletir, analisar e debater a relevância do tema para o a nossa cultura.
Como referência didático-visual, apropriamo-nos de duas linguagens artísticas diferentes: na arte visual, usamos impressos de plumária e arte gráfica indígena vista nos seus diversos suportes expressivos e na musical ouvimos a canção Todo Dia Era Dia de Índio de Jorge Bem Jor e Tim Maia, cantada por Bem Jor e Baby do Brasil; partido dessas referências, o tema desdobrou-se para outras abordagens interdisciplinares, como história, geografia e ciências.
Desenvolvimento
O projeto apoiou suas ações práticas nos três eixos diretores dos PCN’s-Arte:
- Fazer artístico - cada uma das 10 turmas fez, para a exposição, uma obra-exercício coletiva diferente demonstrando o princípio de construção dos grafismos indígenas (por repetição), foram incentivados também a produzir individualmente outros tantos desenhos (interpretações ou releituras) quantos quisessem fazer, e ainda comparam as diferenças entre as nossas produções artísticas e as dos índios.
- Apreciação da obra – todos os estudantes ouviram e/ou cantaram músicas com o tema, viram imagens da arte gráfica e plumária e visitaram a exposição dos seus trabalhos juntos com os dos outros colegas, relacionaram as imagens vista às suas correspondentes indígenas estudadas na sala de aula.
- Reflexão - para que os ensinamentos proporcionassem, de fato, a construção de conhecimento dos estudantes, durante o andamento do projeto expressaram livremente suas opiniões, perguntaram, deram palpites. No final foram convidas as escrever, em suas palavras, um texto crítico-reflexivo falando a respeito do que sabiam e pensavam antes sobre a arte e a cultura indígena e o que sabem e pensam agora, demonstrando o que aprenderam, o que acharam das obras feitas individualmente e coletivas para a exposição, se o conhecimento teve importância cultural para eles, e ainda dar sugestões para melhorar as próximas aulas.
As outras disciplinas em que o projeto transitou através da música:
- História: saber como viviam e vivem hoje os índios, através da interpretação do texto da música Todo Dia Era Dia de Índio.
- Português: vocabulário, ver no dicionário o significado das palavras e expressões desconhecidas na música, tais como: cunhatã, curumim, proprietários, Terra Brasilis, equilíbrio, ecológico, fauna, flora, fraternidade, etc
- Ciências: entender o que significado da frase da música “Preservando o equilíbrio ecológico da terra, fauna e flora”, fazê-los perceber que, também são parte da fauna terrestre, portando, animais (a maioria não sabia!).
- Geografia: localizar no mapa do Brasil onde vivem os povos indígenas cujas músicas foram ouvidas e os criadores dos grafismos que nos “inspiraram” a fazer as obras expostas.
- Matemática: saber quantos índios viviam no Brasil antes de Cabral, quantos vivem hoje e onde estão a maioria deles
2 comentários:
Amei seu blog!! Prof.ª Lidia
Parabéns pelo seu trabalho!Gostaria muito q vc me enviasse mais informações sobre o projeto de Geometria na Arte. Sou prof. de artes e fiquei muito interessada na atividade. Parabéns e muito obrigada por dividir suas experiências conosco! Um abraço!
Cristiane Salgado
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